Os temores da equipe econômica do governo Lula se confirmaram e os índices de inflação devem mostrar uma aceleração até maior do que o previsto neste final de ano. Pelo menos é o que sinaliza o indicador do IBGE que mostra a prévia da inflação oficial, o IPCA-15.
Divulgado nesta quinta-feira (24) pelo IBGE, o IPCA-15 fechou em 0,54%, muito acima dos 0,13% registrados em setembro. Os analistas de mercado projetavam um IPCA-15 de no máximo 0,50%.
A aceleração dos preços medida pelo indicador do IBGE revela uma mudança forte de rota desde o mês de maio, quando o IPCA-15 começou a cair. Foram quatro meses seguidos de queda no indicador inflacionário, até esta subida acelerada agora em outubro. Os 0,54% divulgados nesta quinta só perdem, neste ano de 2024, para o índice de 0,78% apurados em fevereiro.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,71% e, nos últimos 12 meses, a variação foi de 4,47%, acima dos 4,12% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2023, a taxa havia sido de 0,21%.
Com exceção da área de Transportes, cujos preços recuaram 0,33%, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta no mês de outubro. O destaque foi a área de Habitação, responsável pela maior variação e o maior impacto no índice.
Houve uma aceleração no resultado desse grupo de Habitação em relação a setembro, quando teve variação de 0,50%. Os grupos Alimentação e bebidas (0,87%) e Saúde e cuidados pessoais (0,49%) completam o ranking das três maiores variações neste mês.
No grupo Habitação (1,72%), o principal impacto para a formação do IPCA-15 veio da energia elétrica residencial, que passou de 0,84% em setembro para 5,29% em outubro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro. Destaca-se, também, a alta do gás de botijão (2,17%).
Em Alimentação e Bebidas (0,87%), alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de queda. Contribuíram para esse resultado os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%) e do leite longa vida (2,00%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%).
Quanto aos índices regionais, todas as 11 capitais pesquisadas pelo IBGE tiveram alta em outubro. A maior variação foi observada em Goiânia (1,07%), por conta da alta da energia elétrica residencial (6,51%) e da gasolina (5,94%).
A cidade de Salvador teve o segundo menor resultado de aumento de preços em outubro, só perdendo para Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. A capital baiana registrou IPCA-15 de 0,28% em outubro, acima apenas de Porto Alegre, que teve índice de 0,17%.
No ano, Salvador apresenta um resultado de 3,60%, abaixo da média nacional de 3,71%. Já na avaliação dos últimos meses, a capital da Bahia registrou um IPCA-15 total de 3,95%, bem abaixo da média para todo o país, que foi de 4,47%.
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