A popular e tradicional “dança da briga” na corda dos blocos de Bell Marques, ou socos trocados no ar em pipocas de outros artistas, às vezes acabam em confusões generalizadas com agressões físicas. As brigas físicas na festa, ocasionam, em certas ocasiões, fraturas de mandíbula e golpes na face. Por conta disso, as secretarias de saúde do estado e da capital baiana, oferecem, em plantão de 24 horas, o serviço de cirurgias de bucomaxilofacial, para os foliões que sofrem algum tipo de agressão no rosto ou queda, durante o Carnaval.
O procedimento é feito por um bucomaxilo (cirurgião bucomaxilo), um especialista da odontologia que trata das estruturas anatômicas da boca, a exemplo da face e pescoço, indicada em situações como deformidades faciais e traumatismos.
Na folia deste ano, o número de procedimentos efetuados registrou queda de 2% em comparação a festividade de 2024, quando foram registrados 300 ocorrências do tipo, contra os 296 neste ano. A indicação foi feita à reportagem do Bahia Notícias pelo executivo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Ivan Paiva.
“Então, assim, os traumas de face sempre foram uma das reações muito comuns. A gente sabe que tem muitas brigas durante o período do Carnaval e a face é uma parte do corpo muito exposta. Por isso colocamos equipes especializadas no tratamento dessas lesões, que vão desde lesões simples até pequenos cortes, ou traumas mais complexos que envolvem fratura, de mandíbula, lesões oculares”, considerou Paiva.
“Temos percebido uma redução no número de atendimentos, alguns são uma redução mais expressiva, outros uma redução pequena, mas, assim, a gente tem buscado entender o comportamento da festa com relação a essa parte da agressividade. A gente teve essa redução em torno de 2%. Uma redução pequena computado 6 dias de Carnaval”, disse.
O médico comentou ainda que, apesar da diminuição em 2025, em outros anos do festejo, houve um crescimento, quando foram feitas mais de 500 cirurgias durante os 7 dias celebração.
“Nós já tivemos anos de ter mais de 500 cirurgias bucomaxilofacial, o que mostra que em cada mais anterior já teve um número muito maior e isso demonstra uma queda constante do número de cirurgias de trauma de face”, apontou.
Brigas, trocas de socos, quedas, entre outros fatores, foram listados pelo gestor como questões que levam a realização da cirurgia.
“Além dos conflitos interpessoais, das brigas, efetivamente, às vezes, a agressão, porventura que pode acontecer de outras modalidades. Então, até no próprio conflito, acontece a queda, e a pessoa termina batendo o rosto em algum local ou no chão. E isso termina incorrendo em algum tipo de fratura”, relatou.
Apesar de, na rede particular, o tipo de procedimento variar entre R$ 5 a 10 mil, não foi informado qual o custo desses procedimentos na rede de saúde durante a festa.
“É difícil a gente estimar, pois em alguns casos variam. Alguns pacientes são encaminhados para rede privada e vai variar no plano de saúde que ele é operado. A própria fratura de mandíbula vai depender do quantitativo de material utilizado da placa, do parafuso, como é feita a fixação, anestesia, é um procedimento de alto custo, quando envolve o procedimento cirúrgico de fixação de placas”, revelou.
O emergencista e cirurgião geral apontou, também, que cerca de 4% dos pacientes tratados em módulos de saúde por algum tipo de cirurgia, foram encaminhados posteriormente para outras unidades.
“Apenas 4% dos casos e aí entra toda parte clínica ortopédica, cirúrgica, foram encaminhados [para outros equipamentos de saúde]”, concluiu.
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